O Instituto Socioambiental (ISA) lança nesta terça-feira (30/09) o segundo episódio da primeira temporada do podcast “Floresta no Centro”, criado para estimular escutas e trocas sobre territórios, culturas e resistências.
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Da esquerda para a direita: Luma Prado, Auá Mendes, Chirley Pankará, Fernanda Quechua e Natali Mamani, durante evento "Mulheres indígenas no centro"|Claudio Tavares/ISA
Na conversa "Mulheres indígenas na cidade", a artista Auá Mendes, do povo Mura, a pedagoga e doutora em antropologia Chirley Pankará, do povo Pankará em Pernambuco, a artista andina Fernanda Quechua, natural da Bolívia, e Natali Mamani indigena Aymara, cineasta da rede Katahirine, refletem sobre os caminhos e atravessamentos de suas vivências urbanas, marcadas por arte, memória, enfrentamento e pertencimento. Com a mediação de Luma Prado, historiadora, pesquisadora e articuladora no ISA, elas também compartilham formas de resistir nas cidades, mantendo vivas suas raízes e modos de vida.
O podcast é gravado durante os eventos presenciais no espaço do ISA na Galeria Metrópole, na capital paulista. Lá, saberes de comunidades do Xingu, Rio Negro e Vale do Ribeira, são apresentados para os visitantes por meio de eventos presenciais e oficinas e comercialização de publicações da organização e de parceiros, jóias, objetos de decoração e alimentos.
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As convidadas refletem sobre os caminhos e atravessamentos de suas vivências urbanas|Claudio Tavares/ISA
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A conversa teve mediação de Luma Prado, historiadora, pesquisadora e articuladora no ISA|Claudio Tavares/ISA
Com a realização do Instituto Socioambiental (ISA), o projeto faz parte de um esforço coletivo para amplificar vozes originárias e tradicionais.
Premiação acontece em 7 de outubro, em São Paulo|Divulgação
Neste ano, foram 469 produções inscritas nas categorias: Arte, Fotografia, Texto, Vídeo, Áudio, Multimídía e Livro-reportagem. No marco dos 50 anos do assassinato de Vlado, organizadores instituíram nova premiação - Categoria EXTRA - para reconhecer produções focadas na Defesa da Democracia, cujo prazo final de inscrição foi 23 de setembro, com etapa de avaliação única entre 29 de setembro e 7 de outubro.
Vencedores das sete categorias tradicionais de premiação e da Categoria EXTRA – Defesa da Democracia serão conhecidos em 7 de outubro, das 14h às 18h, em sessão pública com transmissão ao vivo pelo Canal do Prêmio no YouTube.
Desde a sua primeira edição, concedida em 1979, o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog presta homenagem a personalidades e profissionais da comunicação que se destacam na promoção dos direitos humanos fundamentais.
Também celebra a vida e obra do jornalista Vladimir Herzog, torturado e assassinado pela ditadura civil-militar no dia 25 de outubro de 1975 nas dependências do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna), em São Paulo.
Na histórica edição de 45 anos, em 2023, a premiação passou a ser organizada pelo Instituto Prêmio Vladimir Herzog, associação civil de direito privado, sem fins lucrativos ou político-partidários, fundada em novembro de 2022, em São Paulo.
A entidade reúne 18 instituições da sociedade civil, além da família Herzog: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI); Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor); Artigo 19; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); Geledés; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional); Instituto Vladimir Herzog, Instituto Socioambiental (ISA); Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Periferia em Movimento; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e União Brasileira de Escritores (UBE).
Um arco de alianças formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), Teatro da PUC, TV PUC, Pryzant Design, CDI e OBORÉ atua como parceiros realizadores.
O 47º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos tem o patrocínio da Petrobrás e do Governo Federal por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
CONHEÇA OS FINALISTAS
Categoria ARTE
Diogo Braga “Racismo Ambiental: A outra emergência” Defensoria Pública do Estado do Ceará | Fortaleza/CE
Jorge Arbach “Filhos de Gaza” Instagram | Juiz de Fora/MG
Marina Duarte “Vozes (In)Visíveis: relatos de resistência LBT em Campo Grande (MS)” Editora Avuá | Campo Grande/MS
Categoria FOTOGRAFIA
Alexandre Cassiano “Sem Anistia” Jornal O Globo | Rio de Janeiro/RJ
Márcia Foletto “Antes Que Ela Veja” Jornal O Globo | Rio de Janeiro/RJ
Raphael Alves “Quando o coronavirus nãos se vai: as memória do Horror que Manaus viveu durante a pandemia” Agência EFE | Manaus/AM
Categoria PRODUÇÃO JORNALÍSTICA EM ÁUDIO
Igor Mello e equipe Juliana Dal Piva + Cristiano Botafogo + Camila Mercatelli + Paula Villar + Gabriela Varella + Elenilce Bottari +Eder Ribeiro + Fred Lopes + Stela Nesrine + Amon Medrado - Trilhas sonoras + João Brizzi “Projeto de Poder” – 4º episódio ICL Notícias | Rio de Janeiro/RJ
Thiago Domenici e equipe Mariama Correia + Clarissa Levy + Stela Diogo + Claudia Jardim + Luana Rocha + Pedro Pastoriz + João Ito + Marina Dias + Leticia Gouveia + Renata Cons + Bruno Penteado + Lorena Morgana + Ethieny Karen + Fernanda Diniz “Caso K - A história oculta do fundador da Casas Bahia” Agência Pública de Jornalismo Investigativo | São Paulo/SP
Vinicius Sassine e equipe Raphael Concli + Daniel Castro + Gustavo Simon + Magê Flores “Dois Mundos” – 1º episódio Folha de S. Paulo | Belém/PA
Categoria PRODUÇÃO JORNALÍSTICA EM MULTIMÍDIA
Anderson Araújo e equipe Emerson Da Costa Coelho Júnior “Memória, Verdade & Ditadura: as vítimas quase esquecidas de uma história que não acabou” DOL - Diário do Pará Online | Belém do Pará/PA
Artur Rodrigues e equipe Renan Porto + Fabio Leite + Rodrigo Freitas + Lilian Tahah + Otto Valle + Márcia Delgado + Olivia Meireles + Érica Montenegro + Juliana Garcês + Gui Primola + Lygia Lyra + Gabriel Lucas + Michael Melo + Italo Ridney + Caio Sales + Saulo Marques “A Política da Bala” Metrópoles | São Paulo/SP
Daniel Camargos e equipe Fernando Martinho + Diego Junqueira + Paula Bianchi + Bruna Damin + Débora de Maio + Beatriz Vitória + Carlos Juliano Barros “Ogronegócio: milícia e golpismo na Amazônia” Repórter Brasil | Belo Horizonte/MG
Categoria PRODUÇÃO JORNALÍSTICA EM VÍDEO
Ana Carolina Raimundi e equipe Emilio Mansur + Levi Luiz + Marcela Amodio + Marco Arantes “Cuidados Paliativos: vida até o último dia de vida” Fantástico – TV Globo | Rio de Janeiro/RJ
Ana Passos e equipe Vitor Gagliardo + Gabriel Penchel + Marcio de Andrade + Eric Gusmão + Caroline Ramos + Aleixo Leite + Wagner Maia + Maurício Azevedo Mães de luta TV Brasil – EBC | Rio de Janeiro/RJ
Iolanda Depizzol, Nina Fideles e equipe Vitor Shimomura + Camila Aguiar + Beatriz Drague Ramos + Gabriela Moncau + Gabriela Peres + Marco Antônio Vieira + Mãos Tagarelas + Isabela Gaia + Tatiana Solimeo + Cibele Lima + Carolina Apple + Monyse Ravena + Bruno Amorim + Igor Dutra + Jéssica Antunes “Território em Fluxo” Brasil de Fato | São Paulo/SP
Categoria PRODUÇÃO JORNALÍSTICA EM TEXTO
Angélica Santa Cruz “Sorriso: Uma Biografia ? Como uma mulher risonha e sem palavras virou um fato social total” revista piauí | São Paulo/SP
Isabel Harari e equipe Carlos Juliano Barros “Trabalho infantil na indústria tech” Repórter Brasil | São Paulo/SP
Renato Alves “A chacina de Angueretá” O Tempo | Brasília/DF
Categoria LIVRO-REPORTAGEM
Natalia Viana “O Vazamento - Memórias do ano em que o WikiLeaks mudou o mundo” Editora Fósforo | São Paulo/SP
Sérgio Ramalho “Decaído” Matrix Editora | Rio de Janeiro/RJ
Tayguara Ribeiro e Marina Lourenço “O grito dos Quilombos” Editora Todavia | São Paulo/SP
Contato de imprensa: CDI Comunicação Anaísa Silva – (11) 9 8299-1567 Renata Penna Franca – (11) 9 8228-2877 Roberta Scalabrini – (11) 9 4325-4039
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As principais informações sobre o ISA, seus parceiros e a luta por direitos socioambientais ACESSE TODAS
Povo Xetá traz suas histórias e artes à Floresta no Centro, do ISA
Evento em São Paulo recebe lideranças indígenas Xetá – que foram vítimas de uma tentativa de extermínio nos anos 1940, no Paraná, e hoje usam suas artes e saberes para lutar por seus direitos
No dia 25 de setembro, quinta-feira, às 19h, o espaço Floresta no Centro, em São Paulo (SP), do Instituto Socioambiental (ISA), receberá o evento “Artes e resistências do povo Xetá”, uma roda de conversa com as lideranças indígenas Itakã Xetá (Claudemir da Silva), guardião dos cantos e da língua Xetá, e Arwáj Xetá (Dival da Silva), artesão e guardião das histórias xetá.
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Familiares e lideranças reunidos no Encontro do Povo Xetá, na TI São Jerônimo da Serra, em 2019, no Paraná|Douglas Fróes/MAE/UFPR
O evento tem como objetivo trazer para diálogo as memórias e saberes que vêm sendo utilizadas por esse povo para resistir ao genocídio ao longo de décadas de resistências e retomada.
A mediação fica a cargo do antropólogo não indígena Rafael Pacheco, pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo (CEstA-USP). O evento é uma realização do ISA em parceria com a Associação Indígena da Etnia Xetá (AIEX).
Nos anos 1940, no Paraná, o povo Xetá resistiu a uma tentativa de extermínio que reduziu sua população, gerando um grave processo de desagregação social. Neste período, a colonização no noroeste do Paraná levou à invasão do território xetá, cujas terras foram ilegalmente cedidas pelo Estado a empresas privadas, como a Companhia Brasileira de Imigração e Colonização (Cobrimco).
Hoje o povo se recuperou e são mais de 200 pessoas xetá, que vivem em diferentes regiões do estado do Paraná, e que periodicamente se reúnem em “encontros pela vida” – buscando reunir seus parentes, recuperar sua língua e demarcar seu território, a Terra Indígena Herekarã Xetá – uma área de aproximadamente 3000 hectares, localizada no município de Ivaté, no Paraná, mas que ainda não teve seu processo de demarcação finalizado.
Um dos primeiros encontros foi realizado em 1997, com o apoio do ISA, em Curitiba, reunindo alguns dos sobreviventes do genocídio xetá para discutir perspectivas de futuro para seus descendentes e contornar a disperação e separação forçadas. Em 2019, aconteceu o mais recente desses encontros, que foi relatado por Dival da Silva, Claudemir da Silva e Rafael Pacheco no livro Povos Indígenas no Brasil 2017-2022, do ISA, e reuniu familiares de diversas localidades na TI São Jerônimo da Serra, onde está um dos maiores núcleos populacionais dos Xetá na atualidade.
O evento abordará os cantos, memórias e histórias Xetá, propondo um mergulho nos aspectos contemporâneos da vida xetá na importância de seus saberes e fazeres tradicionais para fortalecer seu modo de existir. Além da roda de conversa, o evento contará ainda com a venda de artesanatos e a exibição do documentário “Somos Xetá”, dirigido pelos cineastas Nyathe, Tikone e Leandro Xetá.
Serviço
Evento: “Artes e resistências do povo Xetá” – Roda de conversa com lideranças indígenas e guardiões das artes xetá, com Itakã Xetá (Claudemir da Silva) e Arwáj Xetá (Dival da Silva) e Rafael Pacheco (CEstA-USP) Data: Quinta-feira, 25 de setembro de 2025 Horário: 19h Local: Floresta no Centro. Av. São Luiz, 187 - Galeria Metrópole - loja 28 - 2º piso - São Paulo (SP)
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As principais informações sobre o ISA, seus parceiros e a luta por direitos socioambientais ACESSE TODAS
Webinário promovido pelo FNEEI, Anmiga e ISA debate a importância dos saberes indígenas nas salas de aula
Evento debate o edital Aldear a Educação Básica, iniciativa que busca premiar práticas pedagógicas, dentro e fora da escola, que fortaleçam a Lei nº 11.645
No dia 10/09, às 19h, acontece o webinário “Aldear a Educação Básica: saberes indígenas no fortalecimento da Lei nº 11.645”. O evento, promovido pelo Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (Fneei), a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e o Instituto Socioambiental (ISA), será transmitido ao vivo no canal do Fneei no Youtube.
O evento contará com a participação de Chirley Pankará, assessora política da Anmiga, pedagoga, mestra em Educação e doutora em antropologia social; Joziléia Kaingang, doutora em antropologia e diretora-executiva da Anmiga; e Rita Potyguara, pedagoga, doutora em Educação, diretora da Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso BR) e coordenadora-executiva do Fneei. A mediação ficará a cargo de Martinha Guajajara, professora-gestora da Escola Municipal Indígena Guarani Para Poty Nhe'ē Ja, em Maricá (RJ), doutoranda em Educação pela UFF e coordenadora-executiva do Fneei.
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Chirley Pankará, Joziléia Kaingang e Rita Potyguara debatem a implementação da Lei nº 11.645|Claudio Tavares/ISA - Maria Carolina Botinhon/ISA - Arquivo pessoal
O encontro tem como objetivo promover um diálogo aprofundado sobre o ensino de histórias, saberes e culturas indígenas na educação básica brasileira, visando a efetivação da Lei nº 11.645/2008 que estabelece a obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas públicas e privadas do País.
Além de debater o estado da arte da implementação da normativa, o webinário também visa ampliar a discussão pública e estimular a criação de propostas para o edital “Aldear a Educação Básica”. Lançado em 1º de setembro, a iniciativa capitaneada pelo FNEEI e pelo ISA irá premiar e reconhecer ações pedagógicas realizadas no ambiente escolar que contribuam para o fortalecimento da referida lei.
Ambas as iniciativas estão alinhadas a uma série de ações que visam a valorização da sociodiversidade indígena e a plena efetivação da lei, como o levantamento sobre o papel dos professores indígenas na aplicação da normativa, e da nota técnica “Lei 11.645/08: Ensino de História e Cultura Indígena”, lançada em dezembro de 2024.
Sobre o Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (Fneei)
O Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (Fneei) é um espaço de diálogo e articulação entre lideranças indígenas, educadores e o Estado, em defesa de uma educação escolar indígena específica, diferenciada e intercultural. Criado em 2015, o Fórum atua na promoção de políticas públicas que valorizem os saberes tradicionais, as línguas e os territórios indígenas, conforme previsto na Constituição e no Plano Nacional de Educação, reafirmando seu papel de resistência frente aos retrocessos nos direitos dos povos indígenas.
Sobre a Anmiga
A Anmiga é uma organização de mulheres originárias dos seis biomas do País – Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal. Por meio de uma construção coletiva, elas buscam fortalecer a luta pelo bem viver e por seus territórios, a partir do protagonismo das mulheres e da valorização de seus saberes tradicionais.
Serviço
Webinário “Aldear a Educação Básica: saberes indígenas no fortalecimento da Lei 11.645”
10 de setembro de 2025, às 19h (horário de Brasília)
Participantes: Chirley Pankará, Jozileia Kaingang e Rita Potyguara, com mediação de Martinha Guajajara
Transmissão pelo canal do YouTube do Fneei
Contato para a imprensa: Mariana Soares - marianasoares@socioambiental.org
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As principais informações sobre o ISA, seus parceiros e a luta por direitos socioambientais ACESSE TODAS
Cinemateca Brasileira promove seminário sobre cinema e memória audiovisual com foco nos povos indígenas
Evento gratuito em São Paulo reúne exibições de filmes, mesas de debate e apresentações científicas
A Cinemateca Brasileira promove, nos dias 11 e 12 de setembro, o seminário “Olhares cruzados França-Brasil sobre os desafios da preservação e do acesso ao patrimônio audiovisual: foco na memória audiovisual dos Povos Indígenas”, parte da Temporada França-Brasil 2025 e patrocinado pelo Serpro. O evento, gratuito, contará com tradução simultânea francês-português, interpretação em Libras e transmissão ao vivo pelo canal da Cinemateca no YouTube.
Valorizando a memória dos povos indígenas, o seminário discutirá os desafios da preservação e do acesso ao patrimônio audiovisual, com foco na memória indígena. O encontro inclui mesas de debate e sessões de filmes em São Paulo, a partir de acervos do Instituto Nacional do Audiovisual (INA), da França, e da própria Cinemateca, com apoio do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia da USP (LISA) e do Instituto Socioambiental (ISA).
O seminário discutirá a colaboração internacional, preservação do patrimônio audiovisual e iniciativas científicas conduzidas pelo INA e parceiros brasileiros, com a presença de representantes de povos indígenas, instituições, profissionais do setor e pesquisadas mesas abordarão os desafios e conquistas na aquisição e preservação de material audiovisual sobre os povos indígenas brasileiros, além da produção audiovisual realizada por grupos indígenas.
Um dos destaques do evento será a Mesa-Redonda 3, às 14h do dia 11, que apresentará e debaterá iniciativas científicas brasileiras relacionadas à memória audiovisual dos povos indígenas, com a presença da antropóloga Tatiana Maira Klein e da bibliotecária Adriana Miranda, ambas colaboradoras do ISA.
Outros especialistas participarão das mesas, como Kerexu'i Martim (documentarista Guarani), Gabriela Sousa de Queiroz (Cinemateca Brasileira), Karkaju Pataxó (Ministério dos Povos Indígenas), Drika de Oliveira (FIAF), Idjahure Terena (pesquisador Terena), Tamara Santos (Cinemateca Brasileira), Géraldine Poels (INA) e Maria Dora Mourão (diretora-geral da Cinemateca).
A exibição de registros dos acervos do INA e da Cinemateca Brasileira mostrará a diversidade da memória audiovisual dos povos indígenas. Também será exibida a cópia restaurada do documentário Quelque Chose De L'arbre, Du Fleuve, Et Du Cri Du Peuple (1980), com debate do diretor Patrice Chagnard. Lançado em 1980, o longa mostra a luta das comunidades camponesas do nordeste brasileiro contra grandes proprietários e empresas multinacionais, em três momentos do despertar da consciência de um povo.
Mesa-Redonda 3 | Apresentações e debate sobre iniciativas científicas brasileiras relacionadas à memória audiovisual dos povos indígenas do país
Dia: 11/09
Horário: 14h
Onde: Cinemateca Brasileira (Largo Sen. Raul Cardoso, 207 - Vila Clementino, São Paulo)
Moderador: Eduardo Morettin - Professor do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão, USP
Painelistas:
Sylvia Caiuby Novaes e Mariana Floria Baumgaertner - LISA - Laboratório de Imagem e Som em Antropologia, USP
Tatiane Maira Klein e Adriana Miranda - ISA - Instituto Socioambiental
Karkaju Pataxó - Coordenador Geral de Promoção a Políticas Culturais do Ministério dos Povos Indígenas (MPI)
Ianara Apolônio Xokó - Historiadora, antropóloga e professora Xokó
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Livro de memórias de Raoni terá lançamento em Brasília
Um desejo de longa data da liderança histórica do povo Kayapó, obra é uma realização do Instituto Raoni e da Companhia das Letras, com apoio do ISA e do ISPN
O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) recebe no dia 09 de setembro, às 19 horas, o evento de lançamento do livro Raoni-Memórias do Cacique. A obra concretiza um desejo de longa data do Cacique Raoni, e é uma realização do Instituto Raoni em parceria com a Companhia das Letras, com apoio do Instituto Socioambiental (ISA) e do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). O evento será aberto ao público, haverá sessão de autógrafo com o cacique e um diálogo com Raoni, seu neto Beptuk Metuktire e Fernando Niemeyer.
Ropni, aportuguesado como Raoni, pertence ao povo Mẽbêngôkre, também conhecido como Kayapó Cacique, pajé e cuidador de seu povo, tornou-se uma liderança que conheceu o mundo dos brancos, fez alianças pessoais e políticas, dentro e fora do Brasil, e formou uma visão de mundo própria, onde não há diferença entre mito e história, revelando a complexidade do pensamento originário.
O livro foi construído a partir de entrevistas inéditas realizadas pelos tabdjwy de Raoni, seus netos, entre 2020 e 2023. Falando sempre em mẽbêngôkre, e rodeado de parentes, Raoni gravou durante dezenas de horas, em diversas sessões, as histórias e mitos que resultaram neste relato. O material foi traduzido para o português por meio de um trabalho meticuloso e extenso de uma equipe de tradutores Mêbêngôkre, sob a coordenação do antropólogo Fernando Niemeyer, que também supervisionou a redação e edição do manuscrito.
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Trajetória do cacique Raoni exalta a floresta viva, com seus espíritos, cosmovisão, modos de vida e esperança|Lilo Clareto/ISA
As memórias do cacique nos convidam a enxergar a história do Brasil pela perspectiva daqueles que sempre habitaram estas terras, que testemunharam a chegada dos invasores e que, desde então, elaboram estratégias de resistência. É a perspectiva daqueles que veem a floresta viva e repleta de espíritos como seu principal meio de existência e que lutam por ela como um ato de esperança para o futuro.
"Me comovo quando penso em Raoni, herói mítico do panteão dos guerreiros, líder da resistência nativa no continente americano com quem temos a oportunidade de conviver, alguém de cuja luta podemos ser testemunhas", compartilha Ailton Krenak.
Raoni nasceu em 1937, na região do Kapôt, norte do Mato Grosso, e tornou-se intermediário entre seu povo e os não indígenas em viagens dentro e fora do Brasil para reivindicar seus interesses coletivos e buscar alianças e recursos. Com atuação emblemática na arena política, teve importância decisiva na demarcação de vários territórios e na conquista de direitos indígenas a partir da década de 1970.
Serviço
Memórias do Cacique: Um diálogo com Raoni Mẽtyktire, Beptuk Metuktire e Fernando Niemeyer
Mediação: Danna Dantas Local: Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília (SCES, Trecho 2 - Asa Sul, Brasília/DF), aberto de terça a domingo, das 9h às 21h Data: 09 de setembro, às 19h Ingressos:bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB Brasília a partir do dia 8/9, às 12h (via link ou na bilheteria física)
As principais informações sobre o ISA, seus parceiros e a luta por direitos socioambientais ACESSE TODAS
Edital Aldear a Educação Básica premia boas práticas no ensino de histórias, culturas e saberes indígenas
Com inscrições abertas até o dia 1 de outubro, a iniciativa visa reconhecer e divulgar ações pedagógicas que fortaleçam a efetivação da Lei 11.645/08; candidatos concorrem a R$ 2 mil
Para fazer valer a Lei nº 11.645/08, que tornou obrigatório o ensino das histórias e culturas indígenas e afro-brasileira nas escolas, o Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (Fneei), o Instituto Socioambiental (ISA), em parceria com o Instituto Alana, lançam hoje (01/09) o edital Aldear a Educação Básica: Fortalecendo a Lei 11.645/08, por mais histórias, culturas e saberes indígenas nas salas de aula no Brasil.
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O objetivo é reconhecer e divulgar experiências educativas no ensino de histórias, culturas e saberes indígenas nas salas de aula brasileiras, como forma de valorizar a sociodiversidade indígena, combater o racismo contra povos indígenas, reconhecer a importância dos conhecimentos dos povos indígenas para o enfrentamento da crise climática e evidenciar histórias indígenas milenares até as mais recentes que têm lugar no território atualmente reconhecido como Brasil. As ações pedagógicas selecionadas serão disponibilizadas gratuitamente no site Mirim.org, tornando-se referência em escolas de todo o Brasil.
“O edital é estratégico porque reconhece práticas já existentes, mas também funciona como um chamado à responsabilidade do Estado, da sociedade, das instituições de ensino e dos profissionais da educação para a efetivação real da Lei, que é fruto da luta histórica pelo reconhecimento dos saberes dos nossos povos. Ele atua como uma quebra do racismo da ausência, como afirma a deputada Célia Xakriabá, mostrando que o silêncio e a omissão também são racismo. É um convite à mudança de olhar — não genérico — sobre nossos corpos e povos, para não nos colocarem em caixinhas do folclore e para ensinar crianças, jovens e adultos que, antes da colonização, já estávamos aqui e somos construtores dessa invenção chamada Brasil”, afirma a professora-gestora da Escola Municipal Indígena Guarani Para Poty Nhe'ē Ja, em Maricá (RJ), e coordenadora-executiva do Fneei Martinha Mendonça, do povo Guajajara.
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Martinha Mendonça, do povo Guajajara, é professora-gestora da Escola Municipal Indígena Guarani Para Poty Nhe'ē Ja, em Maricá (RJ)|Arquivo pessoal
“Quando a gente considera um Brasil que é racista estruturalmente, pensar em práticas como essas que atravessam a escola é uma forma de resistência. Nesse sentido, o edital pode potencializar as resistências que a escola produz diante de um país que nos nega”, defende.
Cada candidato poderá apresentar quantas propostas quiser, mas apenas uma poderá ser premiada por pessoa. As selecionadas integrarão a um repositório de boas práticas que estará disponível no site mirim.org. Além disso, as 10 mais criativas e com maior potencial de impacto na comunidade escolar receberão um certificado de reconhecimento e R$2 mil reais em um vale-presente.
A iniciativa é destinada a professores indígenas e não indígenas da educação básica, incluindo Educação de Jovens e Adultos (EJA) e educação profissional técnica de nível médio.
As práticas devem abordar temas como saberes indígenas no enfrentamento da crise climática; tecnologias indígenas e educação alimentar; histórias indígenas; violações de direitos dos povos indígenas; artes e expressões indígenas contemporâneas; línguas, literaturas e oralidades indígenas; racismo ambiental; saúde e bem-viver; enfrentamento ao racismo; sociodiversidade indígena, interculturalidade e respeito às diferenças.
Para garantir a representatividade, 50% das atividades premiadas serão de autoria de professores(as) indígenas. Segundo Martinha Mendonça Guajajara, essa é uma política muito importante, mas recente nos editais e concursos. “Somos nós aqueles que sabemos falar melhor sobre os nossos povos. Então, nossas práticas podem contribuir com outras, em um diálogo intercultural que pode potencializar esse lugar”, explica.
As propostas serão avaliadas com base em critérios como impacto, adequação ao tema, criatividade e abordagem intercultural e interdisciplinar. Serão desclassificados trabalhos com conteúdo discriminatório ou em desacordo com os direitos humanos.
As inscrições estão abertas até o dia 1 de outubro de 2025 e os resultados serão divulgados em dezembro de 2025.
Para participar, os interessados devem acessar o regulamento do edital e enviar suas propostas de atividades via formulário.
Professores indígenas na linha de frente para plena efetivação da Lei nº 11.645/08
Sancionada em 2008, a Lei nº 11.645 foi proposta como forma de expandir a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira, disposta na Lei nº 10.639/2003, ao ensino de História e Cultura Indígena e Afro-Brasileira. Ambas as normativas alteram o artigo 26-A da Lei nº 9394/1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). A mudança veio como resposta às demandas do movimento indígena e para valorizar e reconhecer as contribuições histórico-culturais, econômicas, sociais e ambientais dos povos indígenas.
A atuação de professores indígenas tem sido essencial para ampliar a efetivação da Lei que dentre as normativas que deveriam ter sido instituídas para orientar sua implementação, até o momento teve apenas o parecer nº 9 publicado pela Câmara de Educação Básica (CEB) do Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2015.
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Integrantes da Fneei pedem reconhecimento das histórias, saeres e territórios indígenas nos currículos escolares|Oziel Ticuna/Fneei
É o caso da professora Marize Vieira de Oliveira, do povo Guarani, que atua em uma escola regular no Rio de Janeiro (RJ). Uma das professoras alcançadas pelo levantamento feito pelo ISA em parceria com o Fneei e o Instituto Alana, ela conta que começou a dar oficinas para aplicação da Lei ao perceber como a Educação Escolar é eurocêntrica e invisibiliza pessoas indígenas. “A grande maioria diz não saber onde procurar e como fazer. Saem das universidades sem nunca ter tido aulas sobre história e cultura indígena. Nos livros didáticos, nos congelam no século XVI e quando aparecemos, é só nas aldeias e de cocar”, relatou.
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Rose Sateré-Mawé, uma das idealizadoras da iniciativa, é doutoranda em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)|Arquivo Pessoal
A professora Rose Sateré-Mawé, secretária-executiva do Fneei, também lidou com um contexto parecido. Sua motivação para fazer formações com professores não indígenas, no entanto, veio de uma situação de racismo vivenciada por seu sobrinho numa escola pública em Brasília. “Ao acompanhar o caso, dialoguei com a diretora e os professores e percebi que havia uma grande dificuldade da equipe em lidar com a diversidade. Como resposta ao episódio, a escola chegou a sugerir a transferência do meu sobrinho para outra unidade que atendesse alunos indígenas”, conta.
Diante desta situação, Rose Sateré-Mawé propôs uma formação sobre a Lei ao corpo docente abordando aspectos como demografia indígena atual, línguas, modos de vida, lutas históricas, ciências e saberes indígenas, e suas contribuições para a sociedade brasileira em diversas áreas. Como resultado, ela relata que a escola passou a adotar uma nova postura nas práticas pedagógicas e no ambiente escolar, o que refletiu em um ambiente mais acolhedor tanto para seu sobrinho, quanto para outros estudantes indígenas e negros.
É para que iniciativas como estas se multipliquem que o edital Aldear a Educação Básica foi idealizado, explica Martinha Mendonça Guajajara. “O edital é uma retomada política. Ele é fundamental para enfrentar o racismo da ausência, rompendo com a tentativa de invisibilizar nossos povos, nossas culturas e nossos conhecimentos, e para fortalecer práticas que reconhecem essa presença viva na escola e entre professores, sejam indígenas ou não. Sendo o currículo não apenas o que está prescrito em documentos, mas aquilo que se faz no cotidiano da escola. É esse cotidiano que queremos revelar e transformar através da Lei 11.645/08 e deste edital", afirma.
O edital vem na sequência de uma série de ações realizadas por Fneei, ISA e Instituto Alana para a promoção da Lei nº 11.645/08, como o levantamento lançado em abril sobre o papel dos professores indígenas na aplicação da normativa, e da nota técnica “Lei 11.645/08: Ensino de História e Cultura Indígena”, lançada em dezembro de 2024, durante o Encontro Nacional de Educação Escolar Indígena, em Brasília.
Sobre o Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (Fneei)
O Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (Fneei) é um espaço de diálogo e articulação entre lideranças indígenas, educadores e o Estado, em defesa de uma educação escolar indígena específica, diferenciada e intercultural. Criado em 2015, o Fórum atua na promoção de políticas públicas que valorizem os saberes tradicionais, as línguas e os territórios indígenas, conforme previsto na Constituição e no Plano Nacional de Educação, reafirmando seu papel de resistência frente aos retrocessos nos direitos dos povos indígenas.
Sobre o Instituto Socioambiental
Com o lema “socioambiental se escreve junto”, em 1994 foi fundado o Instituto Socioambiental (ISA). Desde então, atuamos lado a lado com parceiros históricos de comunidades indígenas, quilombolas e extrativistas para desenvolver soluções que protejam seus territórios, fortaleçam suas culturas e saberes tradicionais, elevem seu perfil político, e desenvolvam economias sustentáveis. Com Programas e escritórios dentro dos territórios, o ISA fincou suas raízes em três bacias hidrográficas: Rio Negro (AM/RR), Xingu (MT/PA) e Ribeira de Iguape (SP). E, em parceria com associações locais, organizações não governamentais, e redes regionais e nacionais, articula projetos através dos Programas de Política e Direito Socioambiental e Povos Indígenas no Brasil, bem como dos Temas de Restauração Ecológica, Economias da Sociobiodiversidade e Clima - uma relação de duas vias que nomeamos “raiz-antena”. Nossa missão é defender a pluralidade socioambiental brasileira, seja no chão da floresta ou nos corredores de Brasília.
Sobre o Alana
O Alana é um ecossistema de organizações de impacto socioambiental que promove e inspira um mundo melhor para as crianças. Um mundo sustentável, justo, inclusivo, igualitário e plural. Um mundo que celebra e protege a democracia, a justiça social, os direitos humanos e das crianças com prioridade absoluta. Um mundo que cuida dos seus povos, de suas florestas, dos seus mares, do seu ar. O Alana é um ecossistema de organizações interligadas, interdependentes, de atuação convergente, orientadas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O encontro de um Instituto, uma Fundação e um Núcleo de Negócios de Entretenimento de Impacto. Um combinado único de educação, ciência, entretenimento e advocacy que mistura sonho e realidade, pesquisa e cultura pop, justiça e desenvolvimento, articulação e diálogo, incidência política e histórias bem contadas.
Sobre a Anmiga
A Anmiga é uma organização de mulheres originárias dos seis biomas do País – Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal. Por meio de uma construção coletiva, elas buscam fortalecer a luta pelo bem viver e por seus territórios, a partir do protagonismo das mulheres e da valorização de seus saberes tradicionais.
Realização: Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (Fneei) e Instituto Socioambiental (ISA) Parceria técnica: Instituto Alana Apoio: Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) Contato para imprensa: Mariana Soares - marianasoares@socioambiental.org / (51) 98155-0144 Dúvidas de segunda-feira a sexta-feira, entre 10h e 17h:aldear@socioambiental.org e WhatsApp (61) 8155-0144
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Troca de experiências e saberes marca intercâmbio entre mulheres yanomami e guarani em encontro na TI Tenondé Porã (SP)
Relato de intercâmbio entre Ehuana Yanomami e 16 mulheres-liderança do povo Guarani revela laços entre as lutas de mulheres indígenas na defesa de seus territórios
Jera Poty Mirim, liderança da tekoa Kalipety, recebe Ehuana Yanomami na TI Tenondé Porã, na capital paulista|Ana Maria Machado
“Elas são como nós, Yanomami”. Essa foi uma das conclusões a que chegou a liderança Ehuana Yaira Yanomami, após percorrer os cerca de 3500 km que separam a aldeia Demini, na Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima, da aldeia Kalipety, na TI Tenondé Porã, na capital paulista.
Recebida por um grupo de dezesseis mulheres do povo Guarani, que participam do conselho de lideranças de seu território, Ehuana deixou a aldeia com a certeza de que as mulheres guarani são verdadeiras defensoras da floresta e que seus saberes, sua língua e sua cultura estão vivas – mesmo morando tão perto da cidade, onde predomina o modo de vida dos não indígenas, chamados de napë pë em yanomami, juruá em guarani. "Apesar de estar na cidade de São Paulo, cheguei no lugar onde eles fizeram uma floresta", celebrou Ehuana.
Ela, além de liderança, é pesquisadora e artista plástica. Sua ida a São Paulo aconteceu em razão de uma série de palestras que daria em um colégio na cidade, mas a visita à TI Tenondé Porã nasceu do desejo de Ehuana conhecer e dialogar com outras mulheres indígenas em posição de liderança como ela. A demanda foi recebida por Jera Poty Mirim, liderança da tekoa Kalipety, que se prontificou a recebê-la em seu território.
No artigo que publicou com outras mulheres de seu povo no livro, Jera fala da importância das mulheres ocuparem posições de liderança em suas comunidades e territórios: “Quando era criança, tinha constantemente reuniões gerais, nhemboaty guaxu como diziam, e sempre, sempre, eram só homens falando. Acredito muito que a participação das mulheres no trabalho político interno, só vai fortalecer. Não exterminar os homens ou mandar todo mundo pra cadeia, ou coisa do tipo. Vai fortalecer o nhandereko de novo, o nosso modo de ser guarani”.
Hoje, Jera é uma das vozes do conselho de lideranças da TI Tenondé Porã e ajuda a fortalecer outras mulheres guarani para que ocupem posições de liderança em diversos âmbitos da vida no território, como donas de roças, mestras de cantos-rezas, educadoras, artesãs, comunicadoras, motoristas, entre outras.
Para esse intercâmbio cultural e político, ela reuniu outras 16 mulheres-lideranças, representando aldeias como Tape Porã, Yporã, Tape Mirim, Kalipety e Krukutu. A atividade foi articulada pela organização indígena Comitê Interaldeias em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e contou com o apoio da Hutukara Associação Yanomami (HAY).
“Essa foi a primeira vez que eu conheci os Guarani, foi a primeira vez que eu fui em outra Terra Indígena. Até então eu só tinha conhecido a cidade dos napë. Então eu cheguei até a Terra onde mora Jera Guarani, a liderança que nos recebeu, e quando cheguei até ali, eu ouvi sobre o sofrimento do povo Guarani. Os näpe há 500 anos destroem seu território, seu povo, mas eles fazem a retomada”, constatou Ehuana.
Geovana dos Santos Lima, jovem indígena, estudante de ciências sociais e pesquisadora do Instituto Socioambiental (ISA), é quem narra os trechos a seguir. Ela acompanhou o encontro junto a Tatiane Klein, antropóloga e jornalista no ISA, e Ana Maria Machado, antropóloga indigenista e tradutora do encontro.
Uma ponte entre mundos
por Geovana Lima
A estrada de barro balançava o carro e, com ele, os corpos e as expectativas. Pelas janelas, víamos a mata se adensar, como quem se aproxima de algo vivo, palpitante. A chegada à aldeia Kalipety foi anunciada por placas, cheiros, sons e acolhimentos.
“Apesar de eu estar bem longe da minha terra, cheguei até a terra deles”, observou Ehuana Yanomami.
Ela examinou as roças de batata-doce, mandioca, urucum e a forma como o povo Guarani trabalha, como preparam seus alimentos e como fizeram renascer a mata. "Os napë pë destruíram muito a floresta deles, mas eles replantaram. Hoje, apesar de cercados pela cidade, eles resistem e permanecem em sua terra", contou.
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Ehuana pôde ver como a roça guarani na TI Tenondé Porã é farta e possui variedade de alimentos. Na foto, batatas coloridas do território|Ana Maria Machado
Um café da manhã nos esperava, repleto de xipa (uma espécie de pão frito), batata-doce cozida, mbeju e rora (um tipo de cuscuz) — e da presença animada do cachorrinho Pipoca, que circulava entre as pessoas como um anfitrião atento. O xipa, em especial, nos conquistou.
Logo após o café, fomos caminhar pelo território, onde vimos diversos plantios e roças cuidadas com zelo. “Eu fui até a roça, onde eles plantam batatas doces, macaxeiras, pés de urucum, eu vi essa árvore. E vi também a forma como eles fazem para manter a terra sempre úmida“, detalhou Ehuana, se referindo à cobertura de folhas feita pelos Guarani em seus roçados, para manter a umidade da terra.
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Jera Poty Mirim também cuida da sua roça, que representa parte da cultura Guarani de resistência|Ana Maria Machado
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Entre batatas doces e macaxeiras, a terra também abriga pés de urucum|Ana Maria Machado
A cada passo, sentíamos que o chão era também uma memória. Colhemos mandioca, para o preparo do almoço. Os homens trouxeram galinhas caipiras — o prato do dia seria galinhada. Mas antes de comer, fomos à casa de reza.
A entrada nesse espaço revelou algo fundamental: naquele momento, eram apenas mulheres ali. Cantando, rezando, servindo-se, trocando saberes, compartilhando alimentos, comentando suas trajetórias. Uma cena de força e de escuta, onde a espiritualidade e a política se entrelaçavam com naturalidade.
Em círculo, nos apresentamos. Cada mulher compartilhou sua realidade, desafios e formas de luta. Ehuana contou da emoção ao receber o convite para conhecer o território guarani; disse que seu peito se encheu de alegria. Aline Jaxuka, uma das lideranças guarani, lembrou que a liderança das mulheres começa dentro de suas próprias comunidades. Jera, referência entre as Guarani Mbya, comentou que os grandes encontros de mulheres por vezes se tornavam distantes das realidades locais. Ressaltou que ali estavam reunidas mulheres com trajetórias próprias — algumas fundaram suas tekoa, outras dividem responsabilidades com homens nas equipes de liderança. “Não podemos esquecer do nosso quintal”, disse, lembrando que muitas lideranças se afastam de suas comunidades e perdem a conexão com aquilo que as sustenta.
A conversa fluía em várias línguas, mas sempre com sentido. Ana Maria fazia a tradução simultânea entre Yanomami e português, costurando os fios do diálogo com cuidado e paciência. Ao fundo, xejaryi Rosa e suas filhas pitavam, compondo o cenário com quietude e presença.
O almoço nos reuniu novamente ao redor de um banquete coletivo: galinhada, variedades de batata-doce (assadas, cozidas, brancas, laranjas, roxas), feijão com canjica – um prato que os Guarani chamam de jopara. Depois, uma abundância de frutas: melancia, banana, manga, mamão, laranja, mexerica. Comer juntas era também partilhar mundos.
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As Guarani mostraram a Ehuana como preparam alguns de seus alimentos tradicionais, como avaxi hu'i (milho torrado e pilado)|Ana Maria Machado
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As variedades de milho cultivadas pelos Guarani interagem com as demais esferas da vida, como os rituais|Ana Maria Machado
Depois do almoço farto e das intensas trocas da manhã, o corpo pediu descanso. Dormi por algumas horas.
Enquanto dormia, soube que as Guarani mostraram a Ehuana como preparam alguns de seus alimentos tradicionais, como batata doce, mbeju eavaxi hu'i(milho torrado e pilado), além de trocarem experiências sobre suas culturas e saberes.
Nesse momento, em torno do pilão e da fogueira, Ehuana e a parteira e liderança Yara dos Santos, partilharam experiências sobre um dos temas que as unem: os partos. Yara parteira contou de seu trabalho na valorização dos partos na aldeia e se encantou com os relatos e ilustrações de Ehuana sobre a forma como as mulheres yanomami dão à luz sozinhas na floresta, atualmente Ehuana é pesquisadora do projeto Redes de Cuidado (UFMG), voltada para a melhoria do pré-natal entre as Yanomami
Acordei por volta das 16h sob a companhia do gatinho branco e, após um lanche rápido, seguimos para a mata, onde gravamos o depoimento de Ehuana para as mulheres yanomami. Ela falou com firmeza e ternura sobre o que estava vivendo ali. Suas palavras, traduzidas com cuidado por Ana Maria, revelaram a admiração pela resistência das lideranças guarani e a conexão entre suas lutas e as do povo Yanomami.
À medida que o sol se despedia, retornamos à casa de reza. Foi ali que passamos a madrugada inteira em cantos e danças junto aos Guarani. O ambiente era marcado por uma espiritualidade densa e acolhedora.
A madrugada transcorreu num tempo próprio: dormíamos e acordávamos, guiadas não pelo relógio, mas pelo ritmo dos cantos guarani e das pausas. Em uma dessas vezes, despertei com a voz de Ehuana preenchendo o espaço com um canto profundo, que me atravessou de um jeito difícil de descrever. Ao seu lado, Ana Maria seguia a melodia yanomami em harmonia, como quem sustenta com cuidado uma ponte entre mundos. Aquela cena me tocou profundamente — havia algo ali de cura, de força compartilhada, de presença plena. Era como se, por um momento, eu escutasse não apenas com os ouvidos, mas com todo o corpo.
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Sessão de cantos-rezas na Opy, casa de rezas guarani, embalam a madrugada durante intercâmbio entre mulheres guarani e yanomami|Geovana Lima/ISA
“Eu vim conhecer a forma como seus mais velhos bebem o sumo da planta medicinal, pois eu queria conhecer como fazem“, disse Ehuana. E assim, durante o ritual, foi feita a utilização da medicina tradicional dos Guarani, conduzida por eles em seus próprios termos e saberes. Eu, que não participei desse momento de forma direta, observei com respeito e atenção a força do gesto, compreendendo sua importância naquele contexto sagrado.
Entre um repouso e outro, víamos as brasas acesas.
Por volta das seis ou sete horas da manhã, despertei de vez — os Guarani ainda cantavam, embalando a chegada do sol. O céu clareava, e juntas começamos a arrumar a casa de reza, recolhendo os rastros da noite intensa e bonita que havíamos vivido.
“Ali eu pude ver a forma como seus xamãs cuidam da Terra. Ficamos acordadas até sete horas da manhã. Eu não dormi naquela noite, mas fiquei muito emocionada. Da mesma forma como nós, Yanomami, fazemos xamanismo, eles também fazem pela cura da Terra. Isso me deixou muito feliz. E fiquei muito feliz também por ver jovens e moças ali tomando a medicina deles, anciãs que cantavam toda a noite sem dormir”, relatou posteriormente a Ehuana, em evento registrado no podcast”Floresta no Centro”. Escute aqui!
Em seguida, tomamos café da manhã e seguimos para a casa de artesanato. Lá, fomos todas presenteadas com peças diversas — colares, pulseiras, brincos — inclusive por Jera, que nos ofereceu seus próprios trabalhos com generosidade e firmeza.
Encerramos o intercâmbio com abraços, risos, fotos e trocas de palavras, enquanto a mata ao redor parecia também se despedir, com seus sons e cheiros.
O carro balançava novamente, como no início da viagem, e a mata ia se esvaindo pelos meus olhos na volta para casa — como quem guarda por dentro aquilo que não quer deixar para trás.
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Encontro Nacional de Comunicação Indígena reúne 100 comunicadores em Belém em preparação para a COP30
Entre 28 e 31/08, evento organizado pela Mídia Indígena e Ministério dos Povos Indígenas fortalece comunicação indígena às vésperas da cúpula do clima
O I Encontro Nacional de Comunicação Indígena (ENCI) será realizado em Belém de 28 a 31 de agosto, reunindo 100 comunicadores de povos indígenas de todos os biomas do Brasil na Casa Maraká (Avenida Nazaré, 630). Mais do que um evento de formação, o encontro é uma preparação estratégica para a COP30, propondo um plano de comunicação indígena que seguirá atuante durante a conferência e também depois dela.
O evento é realizado pela Mídia Indígena e pelo Ministério dos Povos Indígenas, com participação exclusiva de pessoas previamente inscritas em um mapeamento de comunicadores feito pelas redes sociais.
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Comunicador Arewana Juruna durante o II Encontro do Redário, em 2023|Webert da Cruz Elias/Redário/ISA
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Kujaesage Kaiabi, comunicadora da Rede Xingu+ na cobertura do IV Encontro das Redes do Redário|Yamony Yawalapiti/ISA
Seu objetivo é consolidar uma rede de comunicadores indígenas capaz de dar visibilidade, de forma autônoma, às lutas e conquistas dos povos originários, mantendo sempre o diálogo com a sociedade.
“Esse encontro representa a força coletiva dos povos indígenas na construção de suas próprias narrativas. É um espaço para fortalecer nossa voz, pensar estratégias conjuntas e afirmar que comunicação também é território de luta e de resistência”, afirma Fly Tentehar, integrante da Mídia Indígena e um dos organizadores do ENCI.
Nomes de destaque na programação
A programação reúne nomes de referência no campo da comunicação e da cultura indígena, como Sônia Guajajara (Ministra dos Povos Indígenas), Sineia Wapichana (Enviada Especial da COP 30), Célia Xakriabá (Deputada Federal), Kleber Karipuna (Coordenador Executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e comunicadores do Coletivo Mídia Indígena, que compartilham experiências de incidência em grandes eventos nacionais e internacionais.
Também participam jornalistas, cineastas e pesquisadores que têm se dedicado a dar visibilidade às lutas dos povos originários, compondo um mosaico diverso de olhares e experiências que fazem deste encontro um marco histórico.
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Khátkhrytxi Khisêtjê registra a festa comemorativa dos 20 anos da demarcação da TI Wawi, no Xingu, Mato Grosso|Christian Braga/ISA
A Casa Maraká
O evento será sediado na Casa Maraká, localizada na Avenida Nazaré, 630, em Belém, novo espaço de mobilização que nasce como referência para a comunicação indígena e terá programação permanente até a COP30. A Casa tem como madrinha a cantora Anitta, que apoia a iniciativa por reconhecer na comunicação indígena um instrumento poderoso de transformação social e ambiental.
Mais do que um espaço físico, a Casa Maraká vem para simbolizar a continuidade do trabalho de articulação iniciado pelo Coletivo Mídia Indígena e parceiros, abrigando encontros, oficinas e produções voltadas para o fortalecimento das narrativas indígenas.
Eixos de discussão
A programação do encontro está organizada em cinco eixos centrais:
- memória e identidade da comunicação indígena
- formação política e técnica de comunicadores
- articulação de uma rede nacional
- estratégias de comunicação para a COP30
- criação de campanhas de impacto e diálogo com a sociedade
Painéis e talk shows trarão lideranças, jornalistas e especialistas para debater temas como origem da comunicação indígena, participação dos povos originários em espaços de poder, regulamentação das redes sociais, uso de inteligência artificial e estratégias de incidência climática. Oficinas práticas de produção audiovisual, entrevistas e preservação de acervos fortalecem a capacitação dos participantes.
Plano de Cobertura para a COP30
Um dos pontos altos do encontro será a construção coletiva do plano de cobertura colaborativa da COP30, que definirá estratégias de produção, logística, conteúdos e linguagens para garantir que as vozes indígenas sejam protagonistas no debate climático global.
“Estamos construindo um plano que vai muito além de registrar a COP30. Queremos que ele seja uma ferramenta de incidência, capaz de ecoar nossas vozes dentro e fora das salas de negociação. É garantir que, quando o mundo olhar para Belém, veja também os rostos, as histórias e os saberes dos povos indígenas como protagonistas na luta climática”, afirma Tipuici Monoki, da Terra Indígena Irantxe, no Mato Grosso.
Celebração e cultura
O encontro também celebra os 10 anos da Mídia Indígena, referência nacional na articulação de comunicadores indígenas. O próximo passo para organização é a consolidação da Rede Nacional de Comunicação Indígena, como explica Japupromti Parkatêjê: “É um passo fundamental para nossa história. Representa a continuidade de uma luta iniciada há décadas, mas que ganha novas dimensões ao unir jovens comunicadores e lideranças de diferentes povos em torno de um mesmo propósito”, finaliza.
Confira a programação completa
28 de agosto
09h00 – 09h30 – Ritual de Abertura, Acordos Coletivos e Orientações Gerais
09h30 – 10h30 – Abertura
Participação: Erisvan Guajajara, Priscila Tapajowara, Giovana Mandulão, Puyr Tembé, Oe Kayapó
10h30 – 12h00 – Talkshow: A Origem da Comunicação Indígena
Mediação: Tukumã Pataxó
Participação: Ykaruni Nawa, Daiara Tukano
14h00 – 15h30 – Análise de Conjuntura: Comunicação Popular e a Sociedade Brasileira
Mediação: Ariene Wapichana
Participação: Pablo Capilé, Charles Trocate, Ingred Sateré Mawé, André Wilkson, Kleber Karipuna
16h00 – 18h00 – Oficinas simultâneas
- Produção de Conteúdo para Redes – Cristian Wariu
- Memória e Arquivo Audiovisual – Inês Aisengart
- Técnicas de Entrevista – Helena Balatiponé
29 de agosto
09h00 – 10h30 – Como Comunicar os Três Poderes?
Mediação: Samela Sateré Mawé
Participação: Samara Pataxó, Juliana Kanindé, Osvaldo Braga, Danicley Aguiar, Bruno Taitson
10h40 – 12h00 – Discussão em grupos
14h00 – 15h00 – Talkshow: Estrutura da Comunicação Brasileira e a Regulamentação das Redes Sociais
Participação: Helena Martins
Noite – Exibição do filme Mundurukuyü – A floresta das mulheres peixe
Bate-papo com a diretora Beka Munduruku
30 de agosto
09h00 – 10h30 – Talkshow: O que é a COP? Desmistificando a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas
Mediação: Natalia Mapua
Participação: Gasparini Kaingang, Eric Terena, Mayra Lima
14h00 – 15h00 – Comunicação e a COP 30
Mediação: Zé na Rede
Participação: Cleinton Nobre, Jean Ferreira, Lucia Ixchui, Olo Villalaz
15h00 – 17h00 – Planejamento de Cobertura da COP 30
17h00 – 18h00 – Apresentação do Plano de Comunicação para Cobertura e Ações na COP 30
19h00 – Exibição do filme Yanuni
31 de agosto
09h00 – 10h00 – Estratégias para Conversar com a Sociedade
Mediação: Erisvan Guajajara
Participação: Célia Xakriabá, Hony Sobrinho
10h00 – 12h00 – Campanhas e Impactos – Luciana Weyne e Bia Calza
14h00 – 16h00 – Laboratório Livre de Criação de Campanhas e Definições de Narrativas
16h00 – 17h00 – Encaminhamentos Finais do Encontro Nacional de Comunicação Indígena
20h00 – Coquetel “10 anos da Mídia Indígena – Rumo à COP 30”
Serviço Encontro Nacional de Comunicação Indígena (ENCI) Data: 28 a 31 de agosto de 2025 Local: Casa Maraká – Avenida Nazaré, 630 Mais informações e atualizações:https://www.instagram.com/midiaindigenaoficial/
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'Nosso Modo de Lutar', dirigido por mulheres indígenas, terá exibição em Belém e aquece debates para COP30
Minidocumentário faz parte da Mostra Ecofalante Pará, que acontece entre os dias 20 de agosto e 3 de setembro; confira a programação gratuita
“Nosso Modo de Lutar” chega a Belém no dia 22/08, às 20h, como parte da Mostra Ecofalante Pará. O curta-metragem traz o olhar de Francy Baniwa, Kerexu Martim e Vanuzia Pataxó sobre a diversidade na luta e resistência entre os povos indígenas, a partir de filmagens de um dos principais espaços de mobilização indígena do país na atualidade, o Acampamento Terra Livre (ATL). A exibição será no Cine Líbero Luxardo, com entrada gratuita.
Realizada em Belém pela segunda vez consecutiva, a Mostra Ecofalante Pará é reconhecida como o mais importante festival sul-americano para o audiovisual socioambiental. A edição deste ano exibirá 45 filmes, entre 20 de agosto e 3 de setembro, com destaque para a participação feminina.
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Cartaz de divulgação do "Nosso Modo de Lutar" na Mostra Ecofalante Pará
O curta-metragem “Nosso Modo de Lutar” é fruto de uma parceria entre o Instituto Socioambiental (ISA) e a Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas, a Katahirine. Sua gravação aconteceu em abril de 2024, durante a 20ª edição do Acampamento, com um enfoque especial à atuação das mulheres na mobilização. Dos 50 entrevistados, elas são a maioria e explicam os saberes dos cantos, das comidas, das pinturas, passados de geração a geração.
Para conferir a programação completa da Mostra Ecofalante Pará acesse https://ecofalante.org.br/programacao. Todas as sessões e debates têm entrada franca e ocorrerão no Cine Líbero Luxardo e no Sesc Ver-o-Peso.
Serviço
Exibição do documentário “Nosso Modo de Lutar” na Mostra Ecofalante Pará
Dia 22, às 20h
Cine Líbero Luxardo
Entrada gratuita.
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