ISA lança edital para professores, Mapa Interativo das Organizações das Mulheres Indígenas e mais uma série de conteúdos inéditos
Começa nesta sexta-feira (01/08), o Agosto Indígena, efeméride que marca o mês em que é celebrado o Dia Internacional dos Povos Indígenas (09/08). Para ampliar a valorização das lutas, diversidade cultural e a contribuição dos povos indígenas para a sociedade, o Instituto Socioambiental (ISA) promove um calendário repleto de lançamentos, atividades e conteúdos inéditos.
Entre os destaques estão o Edital Aldear a Educação Básica, que busca reconhecer e divulgar experiências no ensino de histórias, culturas e saberes indígenas nas salas de aula brasileiras; o Mapa Interativo das Organizações das Mulheres Indígenas; e o podcast Floresta no Centro, para estimular escutas e trocas sobre territórios, culturas e resistências indígenas.
O dia 9 de agosto foi instituído como Dia Internacional dos Povos Indígenas pelas Nações Unidas em 1994 para celebrar a importância dos povos indígenas, seus saberes e unir esforços pela garantia aos direitos previstos na Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos Indígenas.
Em 2024, o ISA marcou a efeméride com o lançamento do documentário Nosso modo de lutar, uma parceria com a Rede Katahirine, que explora a perspectiva de Francy Baniwa, Kerexu Martim e Vanuzia Pataxó, três cineastas mulheres indígenas, sobre o Acampamento Terra Livre (ATL).
Iniciativas como essas buscam reconhecer e valorizar a riqueza e pluralidade das culturas indígenas no Brasil, que somam 1,7 milhões de pessoas, de 278 povos indígenas diferentes e falantes de mais de 170 línguas.
Toda essa diversidade também se expressa na territorialidade: hoje são mais de 800 Terras Indígenas, presentes em todos os biomas brasileiros e unidades da federação. Grande parte dos indígenas, entretanto, vive em outros contextos territoriais, como cidades ou áreas ainda não demarcadas, na luta pelo direito à terra e à existência. Saiba mais.

Programação
Começando a celebração deste ano, nos dias 3 a 8 de agosto, o ISA acompanhará em Brasília a IV Marcha das Mulheres Indígenas, realizada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) sob o tema “Nosso Corpo, Nosso Território: Somos as Guardiãs do Planeta Pela Cura na Terra”.
Com expectativa de reunir ao menos cinco mil pessoas, a Marcha será palco do lançamento do Mapa Interativo das Organizações das Mulheres Indígenas no Brasil, fruto de parceria entre a Anmiga e o ISA. Lançado em versão física em novembro de 2024, a partir do dia 3/8, será possível navegar online pelo mapa, que além das centenas de organizações, possui entre as suas camadas os seis biomas e as 809 Terras Indígenas em diferentes fases do procedimento demarcatório identificadas. O mapa, que agora contará com atualizações periódicas, já identificou 241 articulações do gênero por todo o país até o momento.
A Marcha deste ano também receberá a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, resultado de um acordo entre o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o Ministério das Mulheres (MMulheres) e a Anmiga, que acontece entre os dias 4 e 8 de agosto.
No dia 11, serão abertas as inscrições para o “Aldear a Educação Básica: Fortalecendo a Lei 11.645/08, por mais histórias, culturas e saberes indígenas nas salas de aula no Brasil”. Destinado a professores indígenas e não-indígenas, a iniciativa selecionará as dez experiências mais criativas e com maior potencial de impacto na comunidade escolar com o objetivo de valorizar ações educativas no ensino de histórias, culturas e saberes indígenas nas salas de aula brasileiras.
A iniciativa é uma realização do Fórum Nacional de Educação Escolar Indígnea (FNEEI) e do ISA, com parceria do Instituto Alana, e busca fortalecer a aplicação da Lei nº 11.645/08, que determina o ensino de histórias e culturas afrobrasileiras, africanas e indígenas nas salas de aula da educação básica.
Com enfoque no ensino sobre povos indígenas, o edital busca combater o racismo, reconhecer a importância dos conhecimentos dos povos indígenas para o enfrentamento da crise climática e evidenciar histórias indígenas milenares até as mais recentes que têm lugar no território atualmente reconhecido como Brasil.
Irá ao ar também em agosto o episódio de lançamento do podcast “Floresta no Centro”. A produção busca transmitir e disseminar os saberes compartilhados nas rodas de conversa sediadas no espaço Floresta no Centro, a loja e espaço de eventos do ISA localizado no centro da capital paulista. O primeiro episódio da série traz a troca entre a professora e liderança Ehuana Yanomami e a psicóloga e escritora Geni Núñez, com a mediação e tradução da antropóloga indigenista Ana Maria Machado.
Além de outros conteúdos especiais nos canais do ISA, durante todo o mês, ou enquanto durarem os estoques, estará disponível na loja do ISA um kit com a publicação Povos Indígenas no Brasil 2017-2022 e uma camiseta sortida da sociobiodiversidade, pelo valor de R$130,00. Garanta já o seu kit no link.
Atuação do ISA
A ação dá sequência ao trabalho desenvolvido pelo Instituto Socioambiental desde sua criação, em 1994. Ao longo dos últimos 30 anos, o ISA vem trabalhando ao lado de comunidades, coletivos e organizações indígenas pela defesa da sociodiversidade dos povos e seus direitos garantidos pela Constituição Federal. Além da atuação com parceiros local e nacionalmente, o ISA é responsável pelas plataformas online Povos Indígenas no Brasil; Terras Indígenas no Brasil; além da série de livros Povos Indígenas no Brasil, e do monitoramento de Terras Indígenas com presença de povos indígenas isolados, o Sirad-I.
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Sobre a Anmiga
Articuladora da Marcha das Mulheres Indígenas e parceira na produção do mapa, a Anmiga é uma organização de mulheres originárias dos seis biomas do País – Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal. Por meio de uma construção coletiva, elas buscam fortalecer a luta pelo bem viver e por seus territórios, a partir do protagonismo das mulheres e da valorização de seus saberes tradicionais.
Sobre o FNEEI
O Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (FNEEI) é um espaço de diálogo e articulação entre lideranças indígenas, educadores e o Estado, em defesa de uma educação escolar indígena específica, diferenciada e intercultural. Criado em 2015, o Fórum atua na promoção de políticas públicas que valorizem os saberes tradicionais, as línguas e os territórios indígenas, conforme previsto na Constituição e no Plano Nacional de Educação, reafirmando seu papel de resistência frente aos retrocessos nos direitos dos povos indígenas.